Depois vem o caso de Pedro, orando no eirado. À quase cinqüenta quilômetros de distância, em Cesaréia, Cornélio está "sempre" orando.
Havia em Cesaréia um homem por nome Cornélio, centurião da corte chamada italiana, piedoso e temente a Deus com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus. Este, quase à hora nona, viu claramente, numa visão, um anjo de Deus, que se dirigia a ele, e dizia: Cornélio! Cornélio, fixando nele os olhos, e muito atemorizado, perguntou: Que é, Senhor? Respondeu-lhe o anjo: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus. Agora envia homens a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. Este está com um Simão curtidor, que tem sua casa junto ao mar. Ele te dirá o que deves fazer" (Atos 10:1-6).
De novo, instruções pormenorizadas! A cidade era Jope; a casa era a de Simão; e o homem que tem a resposta era Pedro.
Neste ínterim, "subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta" (Atos 10:9). "Sobreveio-lhe um arrebatamento" (Atos 10:10), o que significa que teve uma visão. "Pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Simão, três homens te procuram...vai com eles...porque eu os enviei" (Atos 10:19,20). Pedro vai à casa de Cornélio e encontra um homem orando, que lhe fala da visita de anjos, dando-lhe orientação sobrenatural.
Respondeu Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha casa à hora nona. De repente diante de mim se apresentou um homem com vestes resplandescentes, e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas estão em memória diante de Deus. Envia a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. Este está em casa de Simão, o curtidor, junto ao mar. Imediatamente mandei chamar-te, e bem fizeste em vir. Agora estamos todos presentes diante de Deus, para ouvir tudo o que te foi ordenado pelo Senhor" (Atos 10:30-33).
O Espírito Santo é tão específico que dá ambos os nomes: "chamar Simão, que tem por sobrenome Pedro" (v. 32). Para ter certeza que Cornélio chamaria o homem certo (visto que Pedro estava hospedado na casa de outro homem chamado Simão), Deus lhe disse que o nome era Simão Pedro!
Por todo o livro de Atos lemos estas palavras: "Deus lhes disse", "o Senhor falou", "o Espírito Santo declarou", "o anjo respondeu". O céu não estava fechado. Eles tinham a clara mente do Senhor; nada havia de "nebuloso", ou revestido de subterfúgios com relação a que ouviam. Era muito prático, muito pormenorizado, e muito claro. Mas a palavra do céu vinha só depois de muita oração, após fechar-se a sós com Deus em secreto.
"Na igreja de Antioquia havia alguns profetas e mestres, a saber: Barnabé e Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. Servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, depois de jejuarem e orarem, puseram sobre eles as mãos, e os despediram. Assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia, e dali navegaram para Chipre" (Atos 13:1-4).
Eles jejuaram e oraram até que viesse a palavra; e então jejuaram e oraram de novo antes de enviá-los!
Mais tarde Paulo se levanta diante da multidão furiosa de judeus em Jerusalém, e narra sua história milagrosa:
"Como eu não via, por causa do esplendor daquela luz, fui guiado pela mão dos que estavam comigo, e cheguei a Damasco. Certo Ananias, homem piedoso conforme a lei, que tinha bom testemunho de todos os judeus que ali moravam veio ter comigo, e apresentou-se, dizendo: Saulo, irmão, recobra a vista. Naquela mesma hora o vi. Disse ele: O Deus de nossos pais de antemão te designou para conheceres a sua vontade, e ver o Justo, e ouvir a voz da sua boca. Hás de ser testemunha para com todos os homens, do que tens visto e ouvido" (Atos 22: 11-15).
Paulo deixou muito claro que se tratava mais do que uma simples conversão miraculosa - devia se tornar um estilo de vida.
Havia três coisas que Deus desejava para Paulo: que ele conhecesse a Sua vontade, que tivesse uma visão de Cristo, e que ouvisse Sua voz de Sua própria boca (significando que fôra uma realidade pessoal, e não por ouvir dizer).