sábado, 26 de maio de 2018

Convertido ao cristianismo, perde esposa e filhos no Sudão

Hoje, um ex-muçulmano está de volta ao Sudão, lutando para recuperar sua família, depois que seus sogros obrigaram sua esposa a voltar ao Islã e se divorciar dele. Um tribunal sudanês concedeu à esposa de Khalil a guarda de seus dois filhos e o proibiu de visitá-los, disse ele. Ele teme que se continuar lutando pela guarda das crianças, possa enfrentar ameaças e ser acusado de "apostasia".
Em Agosto do ano passado sua sogra os visitou no Egito, ele explica.
"Sem o meu consentimento, ela pegou a minha esposa e meus filhos e os trouxe de volta ao Sudão", disse Khalil.
O casal havia fugido do Sudão, após receber ameaças de outros casais muçulmanos, pouco antes do referendo no qual foi votada a  independência do sul do Sudão do restante do país, em nove de Janeiro de 2011.
Nos e-mails que enviou para amigos no Sudão, Khalil compartilhou sua nova fé.
Sem receber qualquer tipo de notícias sobre a sua família, depois que sua sogra os levou de volta para o Sudão, Khalil decidiu voltar ao país para procurá-los. Ele ficou chocado ao descobrir que sua mulher, Manal Hassan, tinha pedido o divórcio alegando que ela era muçulmana e ele cristão.
Khalil, que se converteu ao cristianismo em 2001, e conheceu Hassan, sua esposa, em 2007. Naquela época ela havia dito que não era cristã e nem muçulmana, e eles se casaram em uma cerimônia não-religiosa. A família muçulmana da noiva descobriu que Khalil era cristão, mas não tinha objeção ao casamento, disse ele.
Em 2010 o casal se filiou a uma igreja e se tornaram muito ativos nela; mas a oposição de suas famílias cresceu, levando-os a fugir para o Egito no início de 2011.
Em Fevereiro desse ano, Khalil decidiu recorrer da sentença de divórcio. Sua esposa tinha apresentado uma cópia do certificado que continha um testemunho de Khalil e que provava que ele é cristão, no entanto, e isso não era prova suficiente para que o juiz anulasse o casamento e desse a guarda dos filhos a Hassan por supostamente praticar a "religião popular "- o Islã.
Apesar da decisão do tribunal de que Khalil não têm sequer o direito de visitar os filhos, em abril, ele decidiu vê-los. A família de sua ex-mulher ameaçou chamar a polícia  caso ele insistisse.
"Estou muito chateado com os tribunais por me impedirem de ver meus filhos", ele disse. "Eu tenho que recorrer dessa decisão".
Questionado sobre quais os riscos que ele poderia correr apelando, Khalil disse que poderia responder a um  processo contra ele por apostasia – crime passível de pena de morte no Sudão, onde a lei islâmica (Sharia) é reconhecida como a principal fonte de legislação.
"Eles podem levar o caso a um tribunal penal, que poderá decidir pela minha condenação à pena de morte, de acordo com a lei islâmica de apostasia - mas eu estou pronto para isso", disse Khalil.
"Eu quero que o mundo saiba disso. Que crime eu cometi? Será que é porque eu me tornei cristão? Eu sei que se o mundo está vendo isso, eles terão medo de fazer algum mal para mim".
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