No auge da perseguição em um país comunista, alguns crentes decidiram manter a fé ativa por intermédio da oração no meio de uma floresta. A persistência foi tamanha que não demorou muito para que fossem formados vários caminhos em direção ao "altar" escondido. Com a frequência e o peso de cada um, formaram-se trilhas sulcadas, que não permitiam que o mato crescesse em função da assiduidade dos fiéis. Embora com o mesmo propósito, cada um se identificava com o seu próprio caminho, a fim de não provocar suspeitas às autoridades perseguidoras.
Assim permaneceram durante anos. Para se comunicarem, sem que fossem descobertos, os fiéis usavam códigos. Quanto àqueles que nem sempre se encontravam no mesmo dia e horário, o único jeito de saber se o companheiro permanecia inabalável na fé, por meio da única forma de comunhão que desfrutavam — a oração —, era observando a manutenção do caminho. O chão batido indicava presença constante, mas se o caminho começava a ser destruído pelo mato, o companheiro logo mandava um recado, chamando sua atenção para o perigo do distanciamento:
— Olha, está crescendo mato no seu caminho.