O motivo principal de orarmos pelos perdidos não é convencer Deus de salvá-los, pois Ele “não querendo que alguns se percam” (2 Pedro 3:9), e enviou Jesus Cristo para morrer pelos pecados de todo o mundo (1 João 2:2). Mas, em vez disso, a oração pelos perdidos tem a ver com batalha espiritual – libertá-los da influência demoníaca para que sejam salvos.
Uma breve revisão da descrição bíblica sobre a desesperada situação em que eles se encontram nos ajudará a entender esta verdade crítica. Os perdidos são prisioneiros que Satanás se recusa a libertar (Isaías 14:17), escravos debaixo da autoridade e jurisdição de Satanás (Atos 26:18), filhos do diabo (João 8:44), cegados para o evangelho (2 Coríntios 4:3,4), “energizados” por Satanás (Efésios 2:2), mantidos sem esperança nas garras de Satanás (1 João 5:19), e casa de um homem forte (Marcos 3:27).
Apenas um pouco de elaboração sobre estas passagens e teremos uma figura mais clara. Por exemplo, Efésios 2:2 diz: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.” A palavra grega para “agora opera” é energeo – “está energizando”. Isto significa que os perdidos são literalmente “energizados pelo espírito do diabo. Logicamente, uma pessoa perdida não sabe disso, e certamente não o admitiria se soubesse. Ela acha que é livre (isto faz parte de sua perdição), mas na verdade suas ações são ditadas pelo príncipe da potestade do ar”.
Vejamos 1 João 5:19: “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno.” Isto significa que todo o mundo (inclusive seus habitantes) está literalmente prostrado debaixo da influência do maligno. O dicionário Webster define estar prostrado como “estar deitado com o rosto virado para baixo em total submissão; estar completamente subjugado.” Com relação a este versículo, Stott diz do mundo: “Ele está ‘no maligno,’ em suas garras e debaixo de seu domínio. Além disso, ele fica prostrado ali. Ele não é representado como quem está lutando ativamente para se libertar, mas como quem está deitado, quieto, talvez até mesmo inconscientemente adormecido, nos braços de Satanás. O diabo não ‘toca’ o cristão, mas o mundo está desesperançado em suas garras”.