Um escritor, refletindo sobre o poder da oração, lembra-se de quando ainda era apenas um garotinho.
Conta ele que, certa manhã de primavera, sua mãe o vestiu na sua fatiota domingueira e lhe recomendou para que não saísse além dos degraus da porta da frente, pois em poucos minutos iriam visitar sua tia.
O menino esperou pacientemente até que o filho do vizinho da esquina se aproximou e lhe disse um palavrão.
Então, ele pulou os degraus e se atracou com o outro até caírem ambos numa poça de lama.
Sua blusa branca ficou enlameada e a meia com um rasgão sangrento na altura do joelho.
Lembrou-se da advertência da mãe e começou a berrar desesperadamente.
Sua dor, porém, acabou quando ouviu o barulho do sorveteiro que anunciava em altos brados o seu produto.
Esqueceu a desobediência e correu a fim de pedir dinheiro à mãe para comprar um sorvete.
Diz ele que nunca pode esquecer a resposta que recebeu da mãe:
- Olhe para você mesmo! Você não está em condições de pedir nada.
Foi mergulhado nessas lembranças que o autor fez um paralelo com a nossa posição diante de Deus, quando oramos pedindo alguma coisa.
Antes de invocarmos o auxílio de Deus, necessitamos voltar o olhar para nós próprios e verificar se estamos ou não em condições de pedir algo.