As fotos desta matéria, que mostram cristãos chineses sendo interrogados e torturados, nos foram enviadas, junto com toda a documentação, por um dos nossos contatos, uma pessoa da mais absoluta confiança da VdM. Os nomes dos policiais e dos cristãos foram devidamente verificados. O fotógrafo, um “membro do partido”, garantiu aos policiais que as fotos seriam enviadas aos seus superiores como prova do seu “trabalho consciente e dedicado”, com a possibilidade até de uma “promoção”. Observe que a maior parte destes crentes está usando roupas de passeio. Eles foram torturados porque estavam reunidos para o culto fora da igreja estatal do MPTA. Os cristãos chineses que contrabandearam estas fotos nos explicaram que a tortura de cristãos na China é um fato corriqueiro. O fotógrafo está escondido e deverá permanecer assim por vários anos.
Era uma noite de maio de 2001. A irmã Ma e sua família dormiam tranqüilamente, quando a polícia da Segurança Pública invadiu a sua casa levando-a presa, juntamente com o filho e a nora. O neto de cinco anos ficou sozinho em casa, sem ninguém para cuidar dele. Uma vizinha, amiga e irmã em Cristo, de 27 anos, chamada Yu Zhongju, que foi ver o que estava acontecendo na casa, acabou também sendo presa.
Segundo os membros da igreja-domiciliar da irmã Ma e informações enviadas da prisão, dezenas de membros de várias igrejas foram aprisionados naquela mesma noite e espancados com cassetetes, agredidos com cassetetes elétricos e queimados com cigarros. Se desmaiavam, eram reanimados com baldes de água fria. Os interrogadores pisavam os dedos dos homens e tiravam as roupas das mulheres mais jovens e abusavam delas. “Eles deram choques com cassetetes elétricos no meu corpo inteiro”, disse a irmã Ma, tentando conter as lágrimas. “A intenção deles era nos humilhar”. Outros detalhes sobre a prisão de irmã Ma foram recebidos pelo repórter do New York Times, Nicholas Kristof, que, na edição de 26 de novembro de 2002, noticiou que a polícia de uma região remota da China havia prendido e interrogado uma mulher chamada Ma Yuqin, mas sem qualquer sucesso. Kristof escreveu: “Ela foi torturada com surras e choques elétricos, mas resistiu com bravura. Mesmo quando esteve perto de ser morta, ela não revelou os nomes dos membros da sua congregação nem assinou a declaração renunciando a fé cristã”. A tortura física foi quase insuportável, mas a tortura mental foi ainda pior. Ao mesmo tempo em que era submetida a todo aquele sofrimento, Ma Yuqin podia ouvir o seu filho sendo torturado na sala ao lado. Eles podiam ouvir os gritos um do outro.
Um incentivo extra para tentar fazê-la trair seus amigos e a sua fé. Ao lembrar-se destas coisas, Ma Yuqin começou a soluçar. “Ele queriam que eu ouvisse os gritos (do meu filho)”, disse ela. “Aquilo me dilacerava o coração”. Segundo fontes da VdM, a irmã Ma foi espancada quase até a morte no centro de detenção. O jornalista Kristof teve a oportunidade de verificar o que a VdM vem noticiando nos últimos trinta e seis anos: Este tipo de tratamento tem sido comum na China há mais de meio século. Cidadãos – cujo único crime é adorar a Deus – são queimados com cigarros, espancados com cassetetes e martirizados por causa de sua fé.